Tudo é como deve ser
E quando passados uns anos percebemos que ainda bem que não aconteceu aquilo que tanto desejámos num determinado momento?
Tudo é como deve ser, é só o que vos digo!
Foi este o meu primeiro tweet do dia. Imagino que possa estar a irritar tanto algumas pessoas como me irritaria a mim se tivesse lido isto num momento em que estava a desejar muito uma coisa que teimava em não acontecer.
A razão porque o escrevi é porque acredito verdadeiramente nisto, e porque acordei a lembrar-me de uma fase da minha vida, longínqua, em que desejei muito uma coisa que hoje sei que seria a minha desgraça, pois já não o desejo.
Na realidade nunca saberemos o que poderia acontecer se tivessemos seguido o caminho B em vez de caminho A, e há muitas mais letras do alfabeto a poderem aparecer-nos nas diversas encruzilhadas desta vida. Imaginem a loucura que é perder tempo a considerá-las todas. A energia que depositamos a questionar “e se?”.
Já não o faço.
Nunca vamos saber o que poderia ter sido, só se pudessemos entrar num daqueles filmes em que o protagonista é um observador não participante de uma sua outra vida a acontecer numa realidade alternativa. Eu sei, eu também já desejei estar num filmes desses, mas será que íamos mesmo querer isso?
Esta recentemente adquirida postura de vida faz-me estar mais relaxada em relação às decisões a tomar e a penalizar-me menos com as decisões que tomei no passado. Sim, é verdade se eu não tivesse aberto aquele negócio não tinha perdido tanto dinheiro. Ok. E será que estaria viva? Se tivesse optado por outra via, não poderia ter-me acontecido outra desgraça bem pior? Nunca saberei. Precisamente por isso, porque nunca saberei não vale a pena massacrar-me com o passado.
Como decidir, então? É fazer o melhor que se pode com a informação que se tem. Podemos é recolher a máxima quantidade de factos possível (nos livros, com especialistas, com ajuda de terapia, com base nas nossas crenças, etc.), para tomar decisões mais sólidas, mas no final do dia é escolher o que o nosso instinto nos diz (normalmente é sempre a primeira opção que nos vem à cabeça) e depois deixar acontecer.
Nem sempre o que acontece é bom, mas nunca saberemos se seria melhor por outra via. Nunca saberemos. Nunca.