Ralhenta, aquela que ralha
O mundo está cheio de t-shirts com dizeres. Eu achei que faltavam os meus.
Olá, eu sou a Ana e tenho uma paixão por t-shirts com palavras escritas. Gosto de dizer coisas fatalistas e declarar estados de vida, e gosto de t-shirts como peça de vestuário. Juntei as duas. Porquê? Já não há que cheguem? Precisamos de mais marcas e trapos no mundo?
Tenho pensado muito nisso. A resposta é: precisamos de viver e de criar.
O grande desafio num mundo inundado de criadores e criativos é saber como vamos equilibrar estas duas verdades: a nossa humana e infinita vontade de criar e o excesso de produção de moda, com todos os seus efeitos nefastos conhecidos. Como dizer aos designers, empreendedores, pensadores e sonhadores que não podem colocar mais coisas no mundo?
Todos os dias nascem marcas, sites, lojas, conceitos, logos, produtos. Todos os dias esquecemos as marcas, sites, lojas, conceitos, logos, produtos que vimos no outro dia ou mesmo ontem.
Andamos cá para ser lembrados. Essa é a luta de todos.
Seja na esfera íntima ou seja na vida profissional, a nossa certeza de mortalidade terrena dá-nos o desejo de não sermos esquecidos por quem nos importa. Podemos todos divergir na escala da audiência e da ambição, mas somos uníssonos na importância de ficarmos no coração dos outros.
As marcas serão então memórias ou apenas o ego de alguns, para entretenimento, devoção ou indiferença de outros?
Para mim são essencialmente histórias.
E esta é a minha:
Tudo começou nas cenas da vida de um casal. Eu tenho por hábito ralhar, perdão, dar indicações para uma vida feliz. Ele tem por destino ser o alvo dessas indicações. Um dia ele começou a chamar-me ralhenta. E os dois rimos. Ele achava que a palavra existia mesmo, eu disse-lhe que não. Fomos ver ao dicionário e, tal como eu dizia (a ralhenta é que sabe), a palavra não existia. Mas todos os dias ele, o ‘ralhado’, ia usando a palavra e os dois ríamos sempre. Até que chegou mais um aniversário meu e ele mandou fazer uma t-shirt com uma estampagem a dizer “Ralhenta, aquela que ralha”. Eu, que adoro t-shirts com dizeres, adorei. A minha família também gostou, porque acham que eu sou de facto ralhenta desde que comecei a falar. Os meus amigos também acharam graça, porque eu sou mesmo aquela pessoa que está sempre a dar palpites e dicas. E assim nasceu a Ralhenta.
O propósito da Ralhenta é partilhar com o mundo uma nova palavra e um modo de vida em que as palavras e as coisas dão sentido aos nossos desabafos.
A Ralhenta é aquela que ralha para bem de todos!
Saber ralhar (ser RALHENTA) com sabedoria e oportunidade, é um estado de vida! Viva o projeto! Sucesso!