- Pronto, tenho de desligar que ainda quero fazer uma coisa antes de ir para o Pilates.
- Calma, não podem ser só objetivos também podes dar algum tempo a mim.
Ri-me. E desliguei na mesma. Tinha de riscar aquela tarefa no post-it antes de sair, pois quando regressasse teria mais umas para cumprir.
Sempre fui de to-do lists e de post-its afixados no computdor, em cadernos, na secretária, dentro da carteira dos documentos... Sou uma mulher de listas. Este ano tornei-me uma mulher de listas e objetivos, e reduzi-os a dois tipos: a lista geral de coisas a fazer, sub-dividida por secções temáticas – compras, casa, finanças, etc.; e a lista diária de três objetivos a cumprir nesse dia, acima de todos os outros. Em suma, o que é importante e o que é importante e mais urgente em cada dia.
A par disso estabeleci um ritual diário, que passa por meditar e escrever pelo menos 15 minutos, beber água (os meus rins agradecem muito) e caminhar (a meta são os famosos 10 mil passos, mas não me fustigo se não conseguir, “o ótimo é inimigo do bom”).
Por esta altura deverão estar a pensar que sou uma control freak. Sou. Mas estou a transformar-me numa control freak mais fofinha comigo. A ideia é que estes objetivos me mimem ao invés de escravizar-me.
Os objetivos são balizas, intenções, e servem para nos dar conforto; às vezes o objetivo é simplesmente dormir, ler, telefonar a um amigo. Não têm de ser objetivos que concorrem para salvar o mundo ou a carreira, basta que nos ajudem a estar de bem connosco e com os outros. O impacto e os frutos dessas experiências acabarão sempre por vir, mas cedo ou mais tarde.
E se por acaso não forem cumpridos, ou não derem bom resultado, amanhã há outro dia, outra lista, outro post-it.