Hoje é o dia de anos da minha mãe.
Hoje a minha mãe faz 86 anos de vida, e eu estou tão feliz por isso.
Não há nada que nos dê mais segurança no mundo que a mãe. Como se no conhecimento da origem, de onde vimos, pudessemos descansar de provar o que somos. Ao longo da vida podemos ser muita coisa, mas é na palavra mãe que somos sempre a mesma coisa, imutável, uma reserva mental da nossa existência.
Por isso, mesmo quando não sabemos quem é a nossa mãe, ou mal a conhecemos, é também na sua ausência que somos.
A minha mãe existe desde sempre nessa ausência de mãe e, apesar disso, ou talvez por isso, conseguiu ser a melhor mãe. A minha mãe preferida, como lhe digo para a ver rir.
A minha mãe perdeu a mãe quando tinha dois anos de idade, e ao longo destes 86 anos viveu sobre esse facto. Não sobreviveu, viveu literalmente sobre essa privação.
Eu vivo sobre ela, sobre a minha mãe, sei exatamente quem sou quando estou com ela e quando não estou sei sempre que ser essa pessoa é a forma de preservar-me.
Ser (sua) filha é uma infinita sorte.
Nem todos somos pais, mas somos todos filhos.
Nascemos para ser filhos e essa é a única e imutável identidade humana.
Adoreiiiiii