Dia mundial de uma das coisas que mais amo fazer
Gosto do acto de comprar bilhete, entrar, ficar nas filas da frente, ver os trailers, sair no fim da ficha técnica.
Hoje celebra-se o Dia Mundial do Cinema.
As fontes são profusas e não há um verdadeiro consenso sobre aquela que foi a primeira sala de cinema no mundo.
A primeira exibição pública de um filme - L’Arrivée d’un Train à La Ciotat - aconteceu no Salão Grand Café, em Paris, a 28 de dezembro de 1895, pelos irmãos Lumière, que dessa forma apresentaram a sua invenção - o Cinematógrafo, que mudou para sempre a existência humana.
Os mesmos viriam mais tarde, em 21 de março de 1899, a exibir esse e outros pequenos filmes pela primeira vez numa tela grande para uma audiência de 250 espetadores no Eden Théatre La Ciotat (na imagem), no sul da França. Para muitos essa é a primeira sala de cinema do mundo. Em 2013, foi aliás alvo de requalificação e reabertura com a pompa e circunstância que merece.
Contudo, nos EUA já existia o cinema Atlanta (Atlanta, 1895) e anos mais tarde surge o Electric Theater (Los Angeles, 1902).
Salvo a primazia cronológica, nenhuma dessas três salas servia para exibir apenas filmes, sendo também palco de outros espetáculos.
Se falarmos de espaços destinados em exclusivo à projeção de filmes, no sentido em que hoje os conhecemos, parece haver dois cinemas, um nos EUA e outro na Europa, que assumem o pódio:
- The Nickelodeon (Pittsburgh, EUA, 1905)
- OmniaPathé (Montmartre, Paris,1906)
Independentemente de quem leva o galardão, e o Éden Theatre parece ser o que oficialmente tem a distinção de mais velho cinema do mundo (está inclusive no The Guinness World Records), as salas de cinema sobrevivem e espero que nunca acabem.
Podemos subscrever todos os serviços de streaming que existem (eu sou fã confessa de quase todos) e ver do conforto de casa, ecom direito a todos os intervalos que quisermos, mas assitir a um filme numa sala de cinema é uma experiência insubstituível.
Para mim, ir ao cinema implica conseguir um foco e uma abstração únicos, e é um momento de evasão e dedicação à minha arte preferida. Gosto preferencialmente de ir sozinha, mas também vou bem acompanhada. Nada tenho contra pipocas, tenho tudo contra pessoas que não sabem comportar-se, com ou sem pipocas. Gosto do acto de comprar bilhete, entrar, ficar nas filas da frente, ver os trailers, sair no fim da ficha técnica.
A mais bela, e imperfeita, indústria do mundo pode continuar a contar comigo para alimentá-la.